Iluminação Pública e Segurança Rodoviária
O debate sobre iluminação de ruas, estradas e auto-estradas ou vias rápidas existe desde que foi decidida a sua iluminação artificial durante a noite. O primeiro estudo reconhecido foi escrito em França, em 1935 [Isaac R. (1980)]. Já nessa altura foi estabelecido que: “a iluminação das principais redes rodoviárias é um requisito”.
A experiência Belga
Na Bélgica realizou-se, a partir de 1968, um censo para determinar a iluminação de estradas baseada em critérios de volume de tráfego. O objetivo foi encontrar o método certo para decidir iluminar ou não com ênfase na segurança. Em 1978, foram publicados os primeiros resultados, para as secções iluminadas, [Isaac R. (1980)].
Globalmente foi confirmada uma queda de 30% nos acidentes. Esta queda é ainda mais significativa no número de feridos e mortos.
O mesmo relatório menciona que a iluminação de auto-estradas representa menos de 0,1% do orçamento do estado, incluindo investimentos e manutenção. O consumo representa apenas 0,07% do consumo total de energia da Bélgica.
No entanto em 1981, o Governo belga decidiu não apenas desligar a iluminação das estradas em parte da noite, mas também reduzir para a metade os níveis de luminância desligando metade das lâmpadas durante o período de arranque. Em 1987 foi publicado um estudo estatístico dos resultados desta decisão sobre a taxa de acidentes [De Clercq, G. (1987)].
Este estudo confirmou as conclusões de estudos anteriores que a iluminação pública tem uma influência positiva sobre o número de acidentes, feridos graves e mortes.
Iluminação pública desligada | . | Aumento |
Acidentes | . | 6.3% |
Mortos | . | 38.5% |
Feridos graves | . | 108% |
. |
Redução da iluminação pública | . | Aumento |
Acidentes | . | 23.9% |
Mortos | . | 10% |
Feridos graves | . | 98.6% |
Tabela 1: Percentagem de acidentes adicionais para os 2 cenários implementados
A experiência Francesa
A AFE (Agência Francesa de Iluminação) solicitou ao CNRS (Centro Nacional para Investigação Científica) a realização de um estudo entre 1998 e 2002 [AFE (2009)]. Nessa experiência, feita num simulador, o estudo não levou em conta nenhuma estatística feita no terreno, mas apenas as reações dos condutores nos seus veículos. Foram removidos fatores de influência e assegurada a segurança das pessoas que executaram o teste em caso de acidente.
Através desse estudo, foi possível verificar se a iluminação das estradas contribuiu para maior segurança, ou não. Por exemplo, durante o estudo, foi recriada uma potencial situação de acidente para testar as reações do motorista.
. | Boa antecipação | . | Acidente | |
Não iluminado | . | 4 condutores | . | 4 condutores |
Iluminado | . | 10 condutores | . | 2 condutores |
Tabela 2: Resultados na antecipação do motorista
A experiência Norueguesa
Um dos trabalhos mais importantes dos últimos anos é uma tese de doutoramento escrita na Noruega por P.O. Wanvik. A iluminação noturna das estradas reduz acidentes com ferimentos em 30%. Os principais efeitos são:
(1) 60% de redução de lesões fatais
(2) 45% de redução de acidentes envolvendo peões, resultando em lesões
(3) 50% de redução de acidentes com feridos
Os estudos mostram que a iluminação de ruas e estradas é necessária para melhorar a segurança dos utilizadores.
No entanto, a decisão de acender ou não, permanece nas mãos das autoridades públicas.
Hoje existem muitas ferramentas (normas, fontes, tecnologias…) para permitir às autoridades iluminar o lugar certo, com o nível certo na hora certa! Tudo isso, respeitando as especificações de segurança e económicas!
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